Sinopse:
Quando a ficção-científica é de excelente qualidade, chamam-lhe literatura. Este é um desses casos...
Karl Glogauer é um homem dos nossos tempos. Quando o destino lhe oferece a possibilidade de viajar no tempo, ele não tem dúvidas quanto ao lugar e à época que quer visitar: a Terra Santa no tempo de Jesus. Mas o que poderia ser uma viajem turística à morte do Messias e ao nascimento da maior religião do mundo revela-se uma desilusão: Maria é a libertina da aldeia, José um velho amargo e Jesus Cristo apenas um deficiente mental. Devotado ao ideal de um Jesus real e histórico, Karl acredita que tem de fazer alguma coisa. Reunindo seguidores, repetindo parábolas que consegue recordar e usando truques psicológicos para simular milagres, Karl toma o lugar do Messias. Mas fará sentido um Messias que, no final, não morra na cruz?
Opinião:
Opinião:
Um livro que me foi oferecido pelo amigo Marco Lopes, tal como Brasil de Ian McDonald, escritor que vem ao Fórum Fantástico deste ano, e que se lê muito rápido, pois não tem mais de 100 páginas.
Já tinha lido as aventuras de Elric, o príncipe albino dependente de ervas e do qual gostei bastante. No entanto, este livro apresenta um enredo totalmente diferente, embora em ambos os casos o escritor mostre a sua vertente mais progressista, com ideias de esquerda.
Penso que o resumo do livro não podia estar mais completo, gostei e claro não poderei comentar os acontecimentos (finais) do livro para não efetuar nenhum spoiler, mas de facto o personagem principal fez um esforço tremendo para que a história se concretize tal como a conhecemos.
Além da forma bem pensada e erudita, divertida, irónica e mesmo sarcástica em relação à religião, como o escritor nos apresenta o enredo do livro, penso que é uma leitura que mesmo alguém religioso iria achar engraçado pois não é ofensiva nem chocante, na minha opinião.
Um livro que embora seja contado de uma forma divertida e descontraída não deixa de levantar questões interessantes, estando a religião em antagonismo com a ciência e que nos faz pensar sem dúvida, se devemos ser crentes ou se temos a necessidade de ter algo concreto em que possamos acreditar.
Do que mais prazer me deu, foi mesmo ler as notas do autor e conhece-lo um pouco melhor. Já tinha lido um prefácio feito pelo Neil Gaiman em relação ao escritor, no início da saga de Elric, mas aqui o escritor dá-se a conhecer, desde a sua infância às influências que teve, à sua visão ideológica e que no fundo até trespassa para o livro.
Embora prefira as aventuras de Elric, que segundo parece aguarda melhores tempos para vir a ser publicado, se alguma vez o vier a ser, é um livro de leitura rápida e que está muito bem escrito, sendo o seu enredo bem original.